A infecção do trato genital humano por papiloma vírus (HPV) é uma das mais comuns DST virais.
As verrugas genitais (verrugas venéreas, condiloma acuminado, verrugas-figo) são conhecidas há muito tempo, mas até recentemente eram consideradas triviais e a transmissão sexual era até questionada por alguns. Atualmente sabe-se que o condiloma acuminado é apenas a manifestação mais óbvia das infecções por HPV na região anogenital.
Há muitas evidências que apóiam o conceito de que as infecções subclínicas por HPV são muito mais comuns do que se pensava. Além disso, o diagnóstico e o tratamento das infecções por HPV devem levar em conta que alguns tipos são frequentemente associados com atipias escamosas e menos frequentemente com carcinoma invasivo da região anogenital.
O HPV é um vírus DNA de 55 nm, da família papovavírus. Infecta a pele e as mucosas, replicando-se no núcleo das células epiteliais infectadas.
A expressão final do gene viral, a síntese da proteína do capsídeo, a replicação do DNA viral e a montagem de vírions ocorrem quase exclusivamente em células epiteliais na fase terminal da diferenciação.
Atualmente o grupo HPV tem 70 tipos distintos; 34 são associados com lesões anogenitais. Um subgrupo dos tipos de HPV anogenitais é detectado com maior frequência em lesões genitais.
O HPV não pode ser cultivado em cultura de tecidos. Os experimentos de inoculação na vidada do século e os dados de microscopia eletrônica nos últimos 30 anos indicaram a primeira evidência reprodutível da etiologia viral dos condilomas.
Atualmente a localização do DNA do HPV em hibridação in situ e as técnicas de hibridação molecular têm sido usadas para confirmar a presença do vírus nos tecidos.
Tratamento
O tratamento das verrugas genitais pode ser frustrante porque frequentemente exige muitas con- sultas e a recidiva é bastante comum.
O HPV é recuperado nas margens aparentemente sadias dos condilomas ressecados cirurgicamente, sendo talbez responsável por algumas recidivas das lesões.
A recidiva resulta da falha na erradicação total das células epiteliais que contêm HPV ou de reinfecção a partir de parceiros sexuais infectados.
O tratamento local é feito com aplicação de antimetabolitos ou de agentes cáusticos (podofilina, ácido tricloroacético, fluoracil), com crioterapia, eletrodissecção e ressecção cirúrgica. Pacientes com verrugas internas devem ser encaminhados para serviços especializados.
Todas as mulheres com verrugas devem ser submetidas a exame de Papanicolaou para exclusão de NIC coexistente.
Embora frequentemente utilizada, a cirurgia a laser ainda não tem eficácia estabelecida em comparação com outros métodos de tratamento.
Uma grave restrição da terapia com laser é a destruição da lesão sem avaliação histológica para exclusão de malignidade.
As lesões grandes, confluentes, necróticas e rapidamente crescentes em indivíduos idosos ou imunodeprimidos devem ser biopsiadas antes de tratamento com laser ou com outros meios destrutivos locais. O paciente também deve ser seguido cuidadosamente.
A injeção intralesional ou intramuscular de interferon tem eficácia limitada e reações colaterais intensas. Ainda não foi estabelecida a necessidade do tratamento em indivíduos com infecção subclínica.
Prevenção
Não existe forma de prevenção 100% segura, já que o HPV pode ser transmitido até mesmo por meio de uma toalha ou outro objeto.
Calcula-se que o uso da camisinha consiga barrar entre 70% e 80% das transmissões, e sua efetividade não é maior porque o vírus pode estar alojado em outro local, não necessariamente no falo, mas também na pele da região pubiana, períneo e orifício retal.
A novidade é a chegada, ainda em 2006, da primeira vacina capaz de prevenir a infecção pelos dois tipos mais comuns de HPV, o 6 e o 11, responsáveis por 90% das verrugas, e também dos dois tipos mais perigosos, o 16 e o 18, responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero. Ainda em discussão os valores para dose (3 doses), para o mercado privado brasileiro.
Na maioria das vezes os homens não manifestam a doença. Ainda assim, são transmissores do vírus.
Quanto às mulheres, é importante que elas façam o exame de prevenção do câncer do colo, conhecido como "papanicolau" ou preventivo, regularmente.
Controlo
A natureza epidêmica das doenças sexualmente transmitidas as torna de difícil controle. Algumas autoridades em saúde pública atribuem o aumento no número de casos destas doenças ao aumento de atividade sexual.
Outro fator que também contribui significativamente é a substituição do uso de camisinha (condom) - que oferece alguma proteção - por pílulas e diafragmas com métodos anticonceptivos. Os padrões das doenças sexualmente transmitidas são bastante variáveis.
Enquanto a sífilis e a gonorréia eram ambas epidêmicas, o uso intensivo de penicilina fez com que a freqüência da sífilis caísse para um nível razoavelmente controlado; a atenção voltou-se então ao controle da gonorréia, foi quando a freqüência da sífilis aumentou novamente. Os casos de herpes genital e clamídia também aumentaram durante a década de 70 e durante o início da década de 80.
O tratamento de doenças sexualmente transmissíveis é feito basicamente com antibióticos.
A penicilina tem sido uma droga eficiente contra a sífilis e a gonorréia, porém muitos dos organismos causadores da gonorréia são hoje resistentes à penicilina; usa-se nestes casos o ceftriaxone ou a spectinomicine.
A tetraciclina é usada para tratar o linfogranuloma venéreo, o granuloma inguinale e a uterite clamidial.
Existem tratamentos específicos para a maioria das doenças sexualmente transmitidas, com exceção do molluscum contagiosum. A droga antivirus aciclovir tem se mostrado útil no tratamento da herpes.
A única forma de se prevenir a dispersão das doenças sexualmente transmitidas é através da localização dos indivíduos que tiveram contato sexual com pessoas infectadas e determinar se estes também necessitam tratamento. Localizar a todos, entretanto, é bastante difícil, especialmente porque nem todos os casos são reportados.
AIDS (SIDA) e a hepatite B são transmitidas através do contato sexual, porém estas doenças podem também ser transmitidas de outras formas.
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