1. A hiperuricemia é a presença de níveis
altos de ácido
úrico no sangue.
O limite normal para homens é de 6,8 mg/dL, e 6 mg/dL para mulheres.
2. Os
seres humanos não produzem a urato oxidase, enzima que degrada o ácido
úrico. Níveis elevados desta substância podem levar à Gota (doença) e, em alguns casos,
acometimento renal (nefrolitíase por uratos).
3.
Causas e epidemiologia
4. Níveis
de ácido úrico no plasma acima de 6 mg% nas mulheres e 7 mg% nos
homens ocorrem em 10&ndsh;15% da população acima de 40 anos. Geralmente
assintomática, está relacionada a outras doenças, como diabete mellitus,
hipertiroidismo, uso prolongado de diuréticos, ingestão alcoólica e obesidade.
A hiperuricemia pode ocorrer por superprodução ou por diminuição da excreção
renal e intestinal de ácido úrico.
5. Costuma
ocorrer mais nos homens a partir da puberdade, com maior incidência a partir
dos 30&ndsh;40 anos e, nas mulheres, na menopausa. A hiperuricemia pode ser
de duas categorias: Primária, quando o ácido úrico está elevado no sangue,
independente de doenças coexistentes ou drogas que alterem a produção e
excreção dos uratos. Secundária, quando a elevação se deve a doenças
existentes, drogas e dietas que alteram a produção e excreção de ácido úrico. A
hiperuricemia, em 75% dos pacientes, é assintomática. Em 25%, podem ocorrer
sintomas como: gota, artrite, litíase (cálculos renais), doenças renais
(nefrite) e formação de depósitos de ácido úrico nos tecidos (tofos). A
hiperuricemia assintomática costuma ocorrer freqüentemente com abuso do álcool,
obesidade e uso crônico de drogas que inibem a excreção de ácido úrico como
antiinflamatórios — ácido acetil salicílico (aspirina) — e diuréticos. A
presença de hiperuricemia é associada a fatores de risco como hipertensão
arterial, hiperlipidemia, diabete e alterações vasculares coronárias.
6. O
amplo consumo de alimentos ricos em purinas é reconhecido como uma das causas
da hiperuricemia, apesar de ser comprovadamente um fator menor se comparado ao
metabolismo proteico de origem endógena. A composição das bases púricas nos
alimentos é variável, mas estudos sugerem que dietas ricas em adenina e hipoxantina são mais eficazes no
aumento da hiperuricemia.
7. Além
disso, ela também pode ser causada por defeitos genéticos, que alteram o ciclo
de formação de urato.
Tratamento
Tendo
em vista que a hiperuricemia é um fator de risco para as doenças
cardiovasculares, deve-se manter o ácido úrico plasmático normal. Para isso, é
preciso que o médico oriente o tratamento adequado. No tratamento da
hiperuricemia é necessário: evitar o ataque agudo de artrite úrica (gota); usar
anti-inflamatórios nas crises de dor; usar hipouriceminates ou uricosúricos nos
pacientes (de acordo com suas condições clínicas, decisão a ser tomado pelo
médico); fazer a profilaxia da recorrência das artrites, litíase, nefrite e
gota; diminuir os fatores predisponentes como álcool, dieta inadequada e
medicações que diminuam a excreção de ácido úrico pelo rim; prevenir e reverter
a deposição de cristais de uratos nas articulações, ossos e tecidos; prolongar
por tempo suficiente o tratamento para que os uratos sejam desmobilizados dos
tecidos e ossos e que o valor plasmático do ácido úrico volte ao normal.
A
dieta é um item do tratamento do ácido úrico, mas não o único (ou
necessariamente importante). Os alimentos não recomendados para os pacientes
com hiperuricemias são: os ricos em purinas, como as carnes e os miúdos em
geral (fígado, coração, língua e rins), peixes pequenos, sardinhas, truta,
anchova, frutos do mar como mexilhão, camarão e ovas de peixes. Caldos e
ensopados devem ser evitados porque o ácido úrico é muito hidrossolúvel e,
quando as carnes são cozidas em água, o ácido úrico se difunde nos líquidos.
Certos grãos como feijão, grão de bico, ervilha, lentilha e grãos integrais têm
muita purina e também devem ser evitados. Por fim, cabe dizer que toda dieta,
por melhor que seja feita, só pode baixar em torno de 25% (aproximadamente
1 mg%) dos valores plasmáticos do ácido úrico.
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