quarta-feira, 19 de junho de 2013

Hiperuricemia

1.     A hiperuricemia é a presença de níveis altos de ácido úrico no sangue. O limite normal para homens é de 6,8 mg/dL, e 6 mg/dL para mulheres.
2.    Os seres humanos não produzem a urato oxidase, enzima que degrada o ácido úrico. Níveis elevados desta substância podem levar à Gota (doença) e, em alguns casos, acometimento renal (nefrolitíase por uratos).

3.    Causas e epidemiologia 

4.    Níveis de ácido úrico no plasma acima de 6 mg% nas mulheres e 7 mg% nos homens ocorrem em 10&ndsh;15% da população acima de 40 anos. Geralmente assintomática, está relacionada a outras doenças, como diabete mellitus, hipertiroidismo, uso prolongado de diuréticos, ingestão alcoólica e obesidade. A hiperuricemia pode ocorrer por superprodução ou por diminuição da excreção renal e intestinal de ácido úrico.
5.    Costuma ocorrer mais nos homens a partir da puberdade, com maior incidência a partir dos 30&ndsh;40 anos e, nas mulheres, na menopausa. A hiperuricemia pode ser de duas categorias: Primária, quando o ácido úrico está elevado no sangue, independente de doenças coexistentes ou drogas que alterem a produção e excreção dos uratos. Secundária, quando a elevação se deve a doenças existentes, drogas e dietas que alteram a produção e excreção de ácido úrico. A hiperuricemia, em 75% dos pacientes, é assintomática. Em 25%, podem ocorrer sintomas como: gota, artrite, litíase (cálculos renais), doenças renais (nefrite) e formação de depósitos de ácido úrico nos tecidos (tofos). A hiperuricemia assintomática costuma ocorrer freqüentemente com abuso do álcool, obesidade e uso crônico de drogas que inibem a excreção de ácido úrico como antiinflamatórios — ácido acetil salicílico (aspirina) — e diuréticos. A presença de hiperuricemia é associada a fatores de risco como hipertensão arterial, hiperlipidemia, diabete e alterações vasculares coronárias.
6.    O amplo consumo de alimentos ricos em purinas é reconhecido como uma das causas da hiperuricemia, apesar de ser comprovadamente um fator menor se comparado ao metabolismo proteico de origem endógena. A composição das bases púricas nos alimentos é variável, mas estudos sugerem que dietas ricas em adenina e hipoxantina são mais eficazes no aumento da hiperuricemia.
7.    Além disso, ela também pode ser causada por defeitos genéticos, que alteram o ciclo de formação de urato.
Tratamento
Tendo em vista que a hiperuricemia é um fator de risco para as doenças cardiovasculares, deve-se manter o ácido úrico plasmático normal. Para isso, é preciso que o médico oriente o tratamento adequado. No tratamento da hiperuricemia é necessário: evitar o ataque agudo de artrite úrica (gota); usar anti-inflamatórios nas crises de dor; usar hipouriceminates ou uricosúricos nos pacientes (de acordo com suas condições clínicas, decisão a ser tomado pelo médico); fazer a profilaxia da recorrência das artrites, litíase, nefrite e gota; diminuir os fatores predisponentes como álcool, dieta inadequada e medicações que diminuam a excreção de ácido úrico pelo rim; prevenir e reverter a deposição de cristais de uratos nas articulações, ossos e tecidos; prolongar por tempo suficiente o tratamento para que os uratos sejam desmobilizados dos tecidos e ossos e que o valor plasmático do ácido úrico volte ao normal.

A dieta é um item do tratamento do ácido úrico, mas não o único (ou necessariamente importante). Os alimentos não recomendados para os pacientes com hiperuricemias são: os ricos em purinas, como as carnes e os miúdos em geral (fígado, coração, língua e rins), peixes pequenos, sardinhas, truta, anchova, frutos do mar como mexilhão, camarão e ovas de peixes. Caldos e ensopados devem ser evitados porque o ácido úrico é muito hidrossolúvel e, quando as carnes são cozidas em água, o ácido úrico se difunde nos líquidos. Certos grãos como feijão, grão de bico, ervilha, lentilha e grãos integrais têm muita purina e também devem ser evitados. Por fim, cabe dizer que toda dieta, por melhor que seja feita, só pode baixar em torno de 25% (aproximadamente 1 mg%) dos valores plasmáticos do ácido úrico.

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