A síndrome de McCune Albright consiste em uma rara doença genética, caracterizada
pela seguinte tríade: displasia fibrosa poliostótica, manchas cutâneas café com
leite e endocrinopatias hiperfuncionantes (como puberdade precoce e
hipertireoidismo). Foi descrita pela primeira vez no ano de 1936, por James
Donovan McCune e, por conseguinte, em 1937, por Albright Fuller.
Esta síndrome é resultado de uma mutação no
gene GNAS1 e está relacionada com o mosaicismo que ocorre precocemente, em
estágio embrionário.
A incidência desta síndrome não é completamente conhecida. Sabe-se que
acomete igualmente todas as etnias. A puberdade precoce
gonadotrofina-dependente é mais observada em indivíduos do sexo feminino;
todavia, o resto das manifestações da síndrome em questão ocorre igualmente em
ambos os sexos.
O quadro clínico varia muito, uma vez que a doença é altamente variável.
Quando a displasia fibrosa policística predomina, pode haver múltiplas fraturas
no início do quadro, especialmente durante a infância. Além da puberdade
precoce, outras endocrinopatias podem estar presentes na síndrome de McCune
Albright, como: bócio com ou sem hipertireoidismo, diabetes mellitus,
acromegalia, síndrome de Cushing, hiperparatireoidismo, hiperprolactinemia e
ginecomastia. Entre 30% a 40% desses pacientes apresentam desordens da
tireoide, especialmente indivíduos do sexo masculino, sendo o hipertireoidismo
a segunda endocrinopatia mais encontrada na síndrome.
Além disso, podem ser observados nos pacientes com esta síndrome:
·
Deformidades
dos membros inferiores, posteriores e crânio;
·
Manchas de
colocação café com leite;
·
Gigantismo.
Diagnóstico ,Tratamento e Prevençao
O diagnóstico é feito
através do exame físico, em associação com testes laboratoriais e exames de
imagem. Dentre os testes laboratoriais são verificados os níveis dos hormônios
adrenais, prolactina sanguínea e hormônio do crescimento. Com relação aos
exames imagiológicos, podem ser realizados radiografias, ultra-sonografia
pélvica, cintilografia óssea, tomografia computadorizada do abdômen e ressonância
magnética da cabeça.
O tratamento é apenas
sintomático, uma vez que não há uma terapia específica para a síndrome.
Fármacos inibidores da aromatase são os mais utilizados em meninas com elevação
persistente do estradiol. Nos casos de fibrodisplasia óssea sintomática,
utiliza-se bifosfonados visando amenizar a dor óssea. Quando há lesão
displásica, recomenda-se a cirurgia.
Com relação ao hipertireoidismo, o tratamento inclui
medicações antitireoidianas. Todavia, o tratamento definitivo envolve a terapia
ablativa ou cirurgia.
Pacientes que apresentam
gigantismo/acromegalia são tratados com análogos da somatostatina, nos casos de
adenomas produtores de hormônio do crescimento, sendo o tratamento reservado
somente para casos de tumores visíveis e ressecáveis.
Não há uma forma de
prevenir está síndrome. Contudo, algumas medidas devem ser adotadas para
prevenir a ocorrência de fraturas em pacientes que apresentam displasia fibrosa
poliostótica.
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