A síndrome de
Papillon-Lefèvre, também conhecida como ceratose
palmoplantar com periodontopatia, trata-se
de uma patologia genética autossômica, ocasionada pela deficiência de catepsina
C.
Foi descrita pela primeira vez pelos médicos franceses Papillon e Lefèvre,
no ano de 1924. Estima-se que esta moléstia afete de 1 a 4 indivíduos em cada 1
milhão no mundo todo, sem preferência por sexo ou etnia, havendo
consanguinidade em aproximadamente um terço dos casos descritos.
Esta desordem genética é causada por uma mutação no gene responsável por
codificar a catepsina C, uma protease lisossomal também conhecida como
dipetidil-peptidase 1, sendo que o gene se expressa na região epitelial
tipicamente acometida nesta síndrome. A catepsina C também é observada no
sistema imunitário, englobando leucócitos polimorfonucleares, macrófagos e seus
precursores, que nesta patologia encontram-se alterados.
As manifestações clínicas presentes nesta síndrome englobam ceratodermia
palmoplantar difusa e periodontopatia juvenil com perda prematura dos dentes
decíduos.
As alterações cutâneas comumente iniciam-se dentro dos primeiros quatro
anos de idade, caracterizando-se por hiperceratose palmoplantar, pele seca,
descamada, fissuras cutâneas profundas e dolorosas, unhas frágeis, cabelos
finos e esparsos, hipohidrose generalizada.
Com relação às alterações na cavidade oral, pode haver halitose, destruição
do osso alveolar, calcificação da cortical óssea, mobilidade e migração
patológica dental, gengivas avermelhadas, além de perda prematura dos dentes
decíduos.
Outros sintomas que podem estar presentes são: microftalmia, calcificação
intracraniana, osteoporose, aracnodactilia, disfunção hepática e renal e atraso
mental.
No Brasil não existem testes genéticos disponíveis para esta síndrome.
Portanto, o diagnóstico é essencialmente clínico.
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