quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Cancro do Endométrio


 O câncer endometrial ou do endométrio, atualmente, é considerado a sexta neoplasia maligna da mulher, superada pelas neoplasias do colo uterino, pele, mama, intestino grosso e estômago. De todos os tumores da genitália feminina, 11% são do corpo uterino e destes, 90% são representados pelo câncer do endométrio. Sua maior incidência é entre os 55 e 65 anos de idade e seu aparecimento é mais comum em mulheres brancas, obesas, na pós-menopausa, de baixa paridade e com menopausa tardia.
São considerados fatores de risco para o carcinoma endometrial:
Estrógenos exógenos
Estrógenos endógenos
Nuliparidade
Dieta rica em gordura
Obesidade
Diabetes
Hipertensão
Terapia com tamoxifeno
A ação estrogênica persistente é o fator fundamental na gênese da hiperplasia e do carcinoma endometrial, ficando mais evidente e perigosa na pós-menopausa porque nesta fase, o estrogênio estimula a ação proliferativa do endométrio sem a oposição da progesterona. A hiperplasia endometrial é consequência do desequilíbrio estro-progestínico endógeno ou exógeno e da maior receptividade do endométrio a esses esteróides. Há evidências de que o adenocarcinoma seja frequentemente precedido ou associado com a hiperplasia, em particular a atípica, no entanto o número de mulheres com hiperplasia que progride para câncer de endométrio é baixo, variando de 15 a 30%.
Tratamento
O tratamento de pacientes com câncer de endométrio é cirúrgico e inclui a retirada do útero e ovários, em alguns casos é realizada a lifadenectomia pélvica. As pacientes com contra-indicação cirúrgica são tratadas com radioterapia. Nos casos mais avançados, a quimioterapia e a progestogenioterapia têm sido empregadas.
Prevenção
O endométrio é a camada que reveste o útero por dentro. É ele que se desenvolve e se desprende no ciclo menstrual, dando origem ao sangramento que acontece durante a menstruação. O útero fica na região mais baixa do abdômen, na pequena pelve, junto da bexiga e se abre na vagina pelo colo uterino. Apesar de o útero ser formado de outras partes, como o músculo e a sua camada externa que recobre o útero por fora, o endométrio é a sua porção que mais comumente pode sofrer transformações e que, por sua vez, podem tornar-se um câncer.
Os tumores que crescem no útero podem ser benignos (miomas) ou malignos. Os tumores malignos têm um crescimento celular desordenado e têm a capacidade de se espalhar para outras partes do corpo (as metástases).
O câncer de endométrio, como a maioria dos tipos de câncer, tem fatores de risco identificáveis (para maiores informações sobre fatores de risco para esse tipo de câncer leia o artigo "Detecção Precoce do Câncer de Útero" nesse site) .
Alguns desses fatores de risco são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que cada pessoa tem a esse determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver esse tipo de câncer.
Há também os fatores de proteção. Ou seja, fatores que, se a pessoa está exposta, a sua chance de desenvolver esse tipo de câncer diminui. Entre esses fatores de proteção também há os que se pode modificar, se expondo mais a eles.
Os fatores de risco e proteção para câncer de útero mais conhecidos e que podem ser modificados são:
 
Dieta
Pessoas que ingerem alimentos ricos em gorduras animal e saturada (carne, manteiga, leite integral, queijos, natas, banha, torresmo, creme de leite, lingüiça, salame, presunto, frituras, pele de frango, carne gorda), têm mais possibilidade de desenvolver esse tipo de câncer. Mulheres obesas têm mais chance de desenvolver câncer de útero. Manter-se dentro da faixa de peso ideal (veja cálculo de IMC nesse site) e comer dieta pobre em gordura diminui as possibilidades de desenvolver esse tipo de câncer.
História ginecológica
Mulheres que menstruaram pela primeira vez muito cedo (antes dos 12 anos) e entraram na menopausa muito tarde (após os 50 anos) ficam mais tempo expostas a fontes naturais de estrogênio. Esse hormônio está associado a esse tipo de tumor. Logo, quanto mais tempo exposto a ele maior possibilidade de desenvolver câncer de endométrio.
Mulheres que nunca tiveram filhos também têm risco aumentado para esse tipo de câncer. Provavelmente pelo mesmo motivo anterior, uma maior exposição ao hormônio estrogênio. Por isso, mulheres que têm essas características devem fazer com freqüência exames ginecológicos e ecografias que controlam as alterações precoces no útero com freqüência.
O intervalo entre um exame e o outro depende do resultado do exame anterior e da presença de outros fatores de risco. Fale com o seu médico sobre qual o intervalo necessário para se fazer esse exame no seu caso específico.
História familiar
Há várias doenças que estão associadas a esse tipo de tumor. As mulheres das famílias que tem a anormalidade genética conhecida como Câncer Coloretal Hereditário Não Poliposo têm esse risco aumentado. Essas mulheres devem fazer exames ginecológicos e ecografias que controlam as alterações precoces no útero, com freqüência.
Terapia hormonal
Mulheres que fazem uso de terapia de reposição hormonal para diminuir os sintomas da menopausa ou que usam a medicação Tamoxifen (uma medicação para quem tem câncer de mama) têm risco aumentado para desenvolver esse tipo de tumor. Exames ginecológicos freqüentes para detectar alterações precoces no endométrio e fazer o procedimento necessário para retirar essas áreas alteradas, diminuem as chances de desenvolver esse tumor. Muitas vezes a retirada total do útero está indicada.
Anticoncepcional Oral
Tomar pílulas anticoncepcionais faz com que a mulher seja menos exposta a altos níveis de estrogênio endógeno (produzido por ela mesma). Com isso a sua exposição total a esse tipo de hormônio é menor, o que faz com que o seu risco para esse tipo de tumor também seja menor. Usar ACO diminui as chances de desenvolver câncer do útero.

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