terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cancro Mola hidatiforme


Depois do espermatozóide fertilizar o óvulo, desenvolvem-se novos tecidos que vão formar normalmente o feto e a placenta. Uma gravidez molar, também conhecida por doença trofoblástica gestacional, ocorre quando o tecido que deve supostamente formar a placenta cresce anormalmente e forma um tumor que se pode disseminar para fora do útero.
Numa “mola completa”, não se forma tecido fetal normal. Numa “mola parcial”, desenvolvem-se tecidos fetais incompletos juntamente com o tecido da mola hidatiforme. Estas duas situações não são cancerosas e constituem até 80% dos casos. Contudo, podem ocorrer três formas malignas de doença trofoblástica gestacional, incluindo a gravidez molar invasiva, o coriocarcinoma e os tumores trofoblásticos do local de inserção da placenta. Praticamente todas as gravidezes molares, mesmo as de tipo canceroso, podem ser curadas.
A maior parte das gravidezes molares não são cancerosas e encontram-se confinadas ao útero (molas hidatiformes). Neste tipo de mola, o tecido placentário anormal tem vilosidades, aglomerados de tecido cheio de líquido, o que lhe dá a aparência de um cacho de uvas. Se um feto começar a desenvolver-se concomitantemente com uma mola hidatiforme, este apresenta habitualmente muitas malformações e praticamente nunca nasce sob a forma de bebé vivo.
Um tumor mais agressivo associado às gravidezes molares é a mola invasiva, também denominada corioadenoma destruens. A mola invasiva contém muitas vilosidades, mas estas podem crescer para o interior ou através da camada muscular da parede uterina. Raramente, as moles invasivas podem causar uma hemorragia secundária à perfuração do útero em toda a sua espessura. Em 15% dos casos, uma mole invasiva pode disseminar-se para os tecidos situados fora do útero.
Os tecidos gravídicos podem evoluir para um cancro denominado coriocarcinoma, embora isto seja raro. Cinquenta por cento dos coriocarcinomas formam-se durante uma gravidez molar. Outros formam-se durante uma gravidez tubária, uma gravidez abortada ou uma gravidez saudável. Os coriocarcinomas podem causar uma hemorragia persistente nas semanas ou meses após o parto, mas isto acontece muito raramente (a maior parte das hemorragias deste tipo não são causadas por um coriocarcinoma). Os coriocarcinomas associados a gravidezes molares seguem-se praticamente sempre a molas completas e não a molas parciais.
Todas as formas de gravidez molar, incluindo o coriocarcinoma, são mais comuns nas mulheres de etnia asiática ou africana.
Tratamento
Os resultados dos exames diagnósticos irão ajudar a determinar o plano de tratamento. As opções para o tratamento incluem quase sempre a cirurgia para remover o tumor. Os tipos mais agressivos de gravidez molar podem requerer quimioterapia e/ou radioterapia. Cerca de 85% das molas hidatiformes podem ser tratadas sem quimioterapia. As opções de tratamento incluem:
  • Dilatação e curetagem (D e C) — Este é um procedimento cirúrgico utilizado para remover as molas hidatiformes não cancerosas. A abertura do colo do útero é dilatada e o revestimento do útero é raspado (curetado) e eliminado através da sucção e de um instrumento semelhante a uma colher.
  • Remoção do útero (histerectomia) — Esta intervenção cirúrgica raramente é utilizada para tratar as molas hidatiformes mas pode ser escolhida, em particular se a mulher não quiser voltar a engravidar.
  • Quimioterapia com um único medicamento — Este tratamento com um medicamento tóxico para o tecido molar é usado para tratar o tumor de uma gravidez molar que tem características sugestivas de um bom prognóstico.
  • Quimioterapia com múltiplos medicamentos — O tratamento com diversos medicamentos tóxicos para o tecido molar é geralmente necessário para tratar os tumores invasivos com pior prognóstico.
  • Radioterapia — Este tipo de tratamento usa feixes de raios X de elevada intensidade para destruir as células cancerosas nos casos extremamente raros em que o tumor se disseminou (metastizou).
Prevenção
Embora qualquer mulher que engravide apresente um certo risco de desenvolver uma destas situações pouco comuns, o risco parece ser mais elevado nas grávidas com idade inferior a 20 anos ou superior a 40 anos.
A melhor forma de prevenir as complicações de uma mola invasiva ou de um coriocarcinoma consiste em receber cuidados pré-natais de rotina por um profissional de saúde qualificado para que os problemas possam ser identificados o mais precocemente possível.

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