quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Gardnerella vaginalis



A gardnerella é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Quando, por um desequilíbrio dessa flora, ocorre um predomínio dessa bactéria (segundo alguns autores em associação com outros germes como bacteróides, mobiluncus, micoplasmas etc.), temos um quadro que se convencionou chamar de vaginose bacteriana.
Usa-se esse termo para diferenciá-lo da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal. A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor ativo desagradável. O prurido (coceira) vaginal é citado por algumas pacientes mas não é comum. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre.
No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, de balanite (inflamação do prepúcio e glande). A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a um prurido (coceira) e um leve ardor (queimação) miccional. Raramente causa secreção (corrimento) uretral. No homem contaminado é que podemos falar efetivamente que se trata de uma DST.
Flora Microbina Normal : Nosso organismo, a partir do nascimento, entra em contacto com germes (bactérias, vírus, fungos etc.) os quais vão se localizando na pele e cavidades (boca, órgão genital, uretra, intestinos etc.) caracterizando o que se chama de Flora Microbiana Normal. Normal porque é inexorável e porque estabelece um equilíbrio harmônico com o nosso organismo. Existem condições em que este equilíbrio pode se desfazer (outras infecções, uso de antibióticos, `stress`, depressão, gravidez etc.) e determinar o predomínio de um ou mais de seus germes componentes, causando então o aparecimento de uma infecção.
Tratamento
O tratamento se baseia em acabar com os sintomas e restabelecer o equilíbrio da microbiota vaginal.
Os medicamentos mais utilizados para a Gardnerella são os antimicrobianos  nitroimidazólicos: metronidazol, tinidazol e secnidazol utilizados por via sistêmica. São administrados em dose única de 2,0g (tinidazol e secnidazol) ou 400mg de 12 em 12 horas, por via oral, durante sete dias (metronidazol). Pode também fazer uso de clindamicina, 300mg, via oral de 12h em 12h por sete dias. O parceiro sexual deve ser tratado também, a fim de evitar recidivas.
De maneira geral, durante o tratamento, recomenda-se a abstinência sexual e a não ingestão de bebidas alcoólicas, devido ao efeito antabuse.
Os efeitos colaterais mais intensos do tratamento com nitroimidazólicos são gastrointestinais (náuseas e sabor metálico).
Tratamento local pode ser feito associado com o tratamento sistêmico, principalmente nas recidivas. Pode-se fazer tratamento local também, para Correção do pH vaginal e correção adequada dos desvios da flora normal, onde os lactobacilos devem predominar.

Prevenção
Uso de Camisinha;
Evitar as duchas vaginais, exceto sob recomendação médica;
Limitar o número de parceiros sexuais;
Realizar controles e exames ginecológicos periódicos.

Complicações
As principais complicações que uma infecção por Gardnerella podem levar são:
Infertilidade.
Salpingite (inflamação pélvica das tubas uterinas)
Endometrite (“Inflamação e/ou irritação do endométrio)
Aborto
Durante a gestação pode ser causa de prematuridade ou RN de baixo peso
Aumento do risco de infecção pelo HIV, caso haja contato com o vírus
Aumenta das chances de contrair outras infecções como: gonorréia, trichomoníase, etc.

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