segunda-feira, 17 de junho de 2013

Doença Inflamatória Pélvica

A doença inflamatória pélvica é uma infecção do útero, das trompas de Falópio ou dos ovários e é provavelmente a infecção grave mais comum nas mulheres jovens, embora a sua incidência e prevalência sejam desconhecidas em Portugal. Esta doença afecta geralmente as mulheres sexualmente activas durante a idade fértil.
A doença inflamatória pélvica é uma causa comum de infertilidade passível de ser prevenida. A infecção pode fazer com que o tecido no interior das trompas de Falópio forme cicatrizes, o que pode danificar estas estruturas ou obstruí-las completamente. Quanto mais vezes a mulher tiver este tipo de infecção, maior o risco se tornar infértil. O risco duplica em cada episódio da doença.
Os investigadores acreditam que a maior parte dos casos se desenvolve a partir de doenças/infecções sexualmente transmissíveis. As duas situações que têm maior probabilidade de conduzir a uma doença inflamatória pélvica são a gonorreia e a infecção por Chlamydia. Sem tratamento, as bactérias que causam estas doenças podem ascender no aparelho genital e causar uma doença inflamatória pélvica.
A doença inflamatória pélvica geralmente desenvolve-se num processo com dois estádios. No primeiro, os microrganismos afectam o colo do útero (a abertura do útero). Em seguida, em cerca de 10% das mulheres, as bactérias migram para o útero, para as trompas de Falópio ou para os ovários. Mais raramente, a doença inflamatória pélvica pode desenvolver-se se as bactérias atingirem as partes superiores do aparelho reprodutor depois de um parto, da inserção de um dispositivo intra-uterino (DIU) ou de um aborto induzido. Todos estes procedimentos comportam algum risco de infecção, especialmente se a doente tiver igualmente uma doença/infecção sexualmente transmissível (DST/IST).
A doença inflamatória pélvica é mais comum nas mulheres com idade inferior a 25 anos que têm mais do que um parceiro sexual. As mulheres que tiveram uma doença/infecção sexualmente transmissível apresentam um risco mais elevado de ter uma doença inflamatória pélvica, o mesmo acontecendo com as que já tiveram uma infecção pélvica prévia. Qualquer mulher cujo parceiro sexual tem mais do que uma parceira apresenta igualmente um risco aumentado de infecção pélvica.

Prevenção
Além de evitar as relações sexuais, não existe uma forma segura de prevenir a doença inflamatória pélvica. No entanto, as mulheres que mantêm relações sexuais estáveis com apenas um parceiro apresentam um risco muito pequeno se nenhuma das pessoas tiver sido infectada com uma doença/infecção sexualmente transmissível a partir de um parceiro prévio. Os preservativos proporcionam protecção contra as infecções sexualmente transmissíveis. Embora os contraceptivos orais possam prevenir a gravidez, as mulheres com mais do que um parceiro sexual devem certificar-se de que os seus parceiros usam preservativos sempre que têm relações sexuais por via vaginal.
Atendendo a que a maior parte dos casos de doença inflamatória pélvica se encontra associada às doenças/infecções sexualmente transmissíveis, o tratamento dos parceiros sexuais de uma mulher é essencial para prevenir as infecções repetidas. Todos os parceiros sexuais recentes de uma mulher com uma doença inflamatória pélvica devem ser examinados por um médico e tratados como se tivessem quer gonorreia quer infecção por Chlamydia. Uma mulher com uma doença inflamatória pélvica não deve voltar a ter relações sexuais enquanto os seus parceiros sexuais não tiverem sido tratados.

Tratamento
O tratamento principal para a doença inflamatória pélvica consiste na administração de antibióticos que, na maior parte dos casos, e só por si, podem curar a infecção. Uma vez que a doença inflamatória pélvica é frequentemente causada por mais de um tipo de microrganismo, podem ser necessários dois ou mais antibióticos, que podem ser tomados por via oral ou por via endovenosa. Se forem utilizados antibióticos orais, é importante que a doente leve o tratamento até ao fim, mesmo que os sintomas desapareçam, atendendo a que a infecção ainda pode estar presente depois de os sintomas terem regredido. Na maior parte dos casos, os antibióticos devem ser tomados durante 10 a 14 dias.
Se uma mulher estiver a ser tratada para uma doença inflamatória pélvica, deve contactar o seu médico se após dois ou três dias de tratamento não estiver a melhorar, pois pode ser necessário ser novamente examinada.
Algumas mulheres com uma infecção grave necessitam de ser internadas para serem tratadas com antibióticos por via endovenosa. Se a febre e a dor não melhorarem ao fim de alguns dias, pode ser necessário realizar uma ecografia ou uma tomografia computorizada (TAC) para verificar se se formou um abcesso. Se assim for, a doente irá provavelmente necessitar de ser submetida a uma intervenção cirúrgica, além do tratamento com antibióticos, para curar a infecção.

Tal como acontece com qualquer infecção significativa, o repouso no leito ou uma redução da actividade são importantes para promover a recuperação. A dor e o desconforto podem ser aliviados com medicamentos analgésicos, com banhos quentes e com sacos de água quente aplicados na região lombossagrada (parte de baixo das costas) e no abdómen.

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