quinta-feira, 11 de julho de 2013

Síndrome de Li Fraumeni

A Síndrome de Li Fraumeni (LFS) foi descrita em 1969; inicialmente organizada através de observações clínicas seguidas de estudos epidemiológicos. Corresponde a uma síndrome rara, autossômica dominante negativo, caracterizada por mutações herdadas que ocorrem na linhagem germinativa, principalmente do gene p53 (cerca de 70% dos casos) e por um fenótipo clínico de múltiplas neoplasias primárias. Assim, caracteriza-se pela predisposição ao câncer, sendo que os portadores de 50 anos possuem uma probabilidade de vinte e cinco vezes mais chance de desenvolver vários tipos de tumores malignos, comparada com a população em geral. A LFS está relacionada a uma alta taxa de morbimortalidade em consequência das diferentes localizações das neoplasias e das repercussões sistêmicas decorrentes.

Diagnóstico Molecular Rastreamento e Aconselhamento genético Uma vez que a LFS é rara, que epidemiologicamente não atinge uma população bem definida e não demonstra manifestações clínicas previsíveis, nem um tratamento específico, os métodos de rastreamento ainda não são rotina dentro da genética humana. A detecção precoce da mutação da linhagem germinativa do TP53, em pacientes com tumor pode ser oferecida tanto para crianças, quanto para adultos, em um contexto de suporte psicossocial, para confirmar a LFS em bases moleculares. Isso permitirá, ao menos, oferecer ao paciente uma contínua revisão clínica e, por vezes, diagnosticar futuros cânceres em estágio inicial. Entretanto, o aconselhamento genético é ainda uma das grandes dificuldades dentro da LFS. Afinal, a diversidade fenotípica é muito intensa, variando de neoplasias de leves implicações clínicas até rabdomiossarcomas infantis e tumores cerebrais, dificultando um planejamento para o futuro e a avaliação do prognóstico. Além disso, herdar uma mutação do TP53 não é garantia de que o câncer se desenvolva, uma vez que este se originará pelo acúmulo de mutações somáticas durante a vida. Assim, muito mais deve ser conhecido sobre a patogênese da doença para que se possa fazer um aconselhamento efetivo para as famílias com predisposição molecular ao câncer.   Tratamento Apesar dos avanços dos métodos moleculares para se detectar mutação, ainda não se desenvolveu um método efetivo de tratamento dessa síndrome. Entretanto, a detecção precoce da mutação poderá fornecer informações importantes e orientar para futuras intervenções. Antes de se iniciar um tratamento específico, todos os pacientes devem ter seu diagnóstico de câncer confirmado por histopatologia tecidual. Atualmente, há as seguintes alternativas para o tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e bioterapia. A decisão da melhor conduta terapêutica dependerá do local, do tipo, da extensão, bem como do número de tumores e, principalmente, da condição clínica do paciente. O principal objetivo da terapêutica ainda é oferecer alívio dos sintomas, com uma melhor qualidade de vida. A terapia gênica da linhagem germinativa em humanos ainda não tem sido utilizada por conceitos éticos e pela limitação da tecnologia para manipulação das células de linhagem germinativa.

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