A síndrome de Miller-Dieker, também denominada lisencefalia ou síndrome da deleção do cromossomo 17p13.3, trata-se
de uma desordem genética, de caráter autossômico dominante, caracterizada pela
ausência de circunvolunções (giros) e fissuras (sulcos) no córtex cerebral,
conferindo ao cérebro um aspecto liso.
Esta desordem resulta de diminutas deleções em certas regiões do cromossomo
17, englobando o gene LIS1. Grande parte dos casos (cerca de 80%) é esporádico,
decorrente de microdeleções ocorridas nos gametas, femininos ou masculinos,
gerando, portanto, um indivíduo afetado. Na minoria dos casos, cerca de 20%, a
condição é surge devido a um dos progenitores serem portador de uma
translocação equilibrada envolvendo o cromossomo 17.
A frequência deste distúrbio é muito baixa, estimando-se que acometa
1:20.000-50.000 nascidos vivos.
Os portadores da síndrome apresentam um cérebro liso, desprovido de giros e
sulcos. Ao invés de seis camadas, o córtex cerebral apresenta somente quatro
dessas camadas, bem como microcefalia. As características faciais são
peculiares, como afundamento das temporas, nariz arrebitado, estrias verticais
na testa, além de mandíbula pequena. Também é observado atraso no crescimento e
desenvolvimento mental e anormalidades diversas no cérebro, coração, rins e
trato gastrointestinal.
Déficit de crescimento, dificuldade de alimentação, convulsões e redução da
atividade espontânea podem estar presentes também, o que tipicamente leva á
morte do portador ainda na infância.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito com
base nas manifestações clínicas, sendo confirmado por meio de testes
citogenéticos e por FISH (Fluorescent in situ hybridization – Hibridização fluorescente in situ).
Tomografia computadorizada e ressonância magnética auxiliam também na
confirmação do diagnóstico.
Não existe um tratamento
efetivo para esta síndrome, sendo que o mesmo visa somente abrandar os sintomas
da malformação cerebral.
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