A síndrome de Morquio trata-se de uma rara deficiência imunológica de
caráter genético que faz parte do grupo das oito formas clínicas de
mucopolissacaridose.
Foi descrita pela primeira vez pelo pediatra uruguaio Dr. Morquio e por um
radiologista inglês chamado Ulfrich, no ano de 1929, em quatro crianças da
mesma família.
Esta patologia hereditária caracteriza-se por um transtorno do tecido conjuntivo, resultando em um erro
congênito do metabolismo dos polissacarídeos, especialmente dos
queratossulfatos, também chamados de mucopolissacarídeos do tipo IV. Afeta
cerca de 1 indivíduo a cada 40.000 nascidos vivos, acometendo ambos os sexos
igualmente. Ocorre mais comumente em descendentes de pais consanguíneos sadios
e heterozigotos, na faixa etária entre 1 a 3 anos de idade.
Existem dois tipos distintos da síndrome de Morquio:
·
Tipo A: o
portador deste tipo da síndrome não possui a enzima denominada
galactosamina-6-sulfatase.
·
Tipo B: o
indivíduo não produz a enzima beta-galactosidase em quantidade suficiente.
O organismo necessita dessas enzimas para quebrar uma longa cadeia de
moléculas de açúcar. Em ambas as formas desta patologia, quantidades
anormalmente altas de glicosaminoglicanos são depositadas no corpo e no
cérebro, podendo causar danos aos órgãos.
As manifestações clínicas costumam surgir entre os 18 a 24 meses de idade.
As principais características são:
·
Nanismo acentuado,
havendo prejuízo ao crescimento a partir dos dois anos de idade, sendo que
entre 5 a 6 anos de idade o crescimento fica prejudicado ainda mais;
·
Alterações
esqueléticas, como cifose, projeção esternal, geno valgo, com marcha semelhante à
de patos, além de cabeça proporcionalmente aumentada;
·
Certas
características faciais, como boca grande, espaçamento entre os dentes, nariz
curto e prognatismo;
·
Tórax
deformado e pescoço curto;
·
Achatamento
das vértebras, com superfícies inferior e superior diferentes;
·
Hiperextensão
articular, especialmente dos punhos;
·
Hipoplasia
odontogênica;
·
Opacidade da
córnea;
·
Hepatomegalia;
·
Lesões
valvulares cardíacas;
·
Alterações
auditivas.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do conjunto
de mucopolissacaridoses deve ser baseado em testes de urina e de sangue. A
primeira possibilita evidenciar a dosagem de queratossulfatos, que é encontrado
em níveis elevados em portadores da síndrome em questão. Outros testes úteis
são: exame oftalmológico com lâmpada de fenda; radiografias da coluna cervical,
dorsal, lombossacral e de extremidades; pesquisa enzimática específica nos
tecidos audiometria associada àimitanciometria; testes genéticos.
Até o momento, não existe
um tratamento específico para a síndrome de Morquio, sendo os sintomas tratados
à medida que aparecem.
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