segunda-feira, 17 de junho de 2013

Doença de altitude

Em altitudes mais elevadas, a pressão do ar em volta da pessoa (pressão barométrica) diminui tanto que existe menos oxigénio no ar circundante. As pessoas podem viver confortavelmente em altitudes moderadamente elevadas mas o seu organismo tem de efectuar alguns ajustamentos e isso demora tempo. Se ascender a altitudes acima dos 2.500 m, irá apresentar um risco maior de desenvolver sintomas desconfortáveis ou perigosos devido à alteração na altitude.
Os sintomas da doença da altitude que não colocam a vida em perigo são denominados doença aguda da montanha. As pessoas que sobem a montanhas e que praticam esqui em localizações de elevada altitude, como os Alpes, encontram-se em risco de desenvolver uma doença aguda da montanha. Os sintomas desta doença melhoram se a pessoa descer rapidamente para uma altitude mais baixa. Para os sintomas muito ligeiros, uma paragem antes de continuar a subida pode ser suficiente para permitir o desaparecimento dos sintomas.
A doença aguda da montanha é a menos perigosa dos vários tipos de doença da altitude que podem ocorrer. Esta doença afecta aproximadamente metade das pessoas que sobem desde o nível do mar para cima dos 4.000 m sem programarem tempo suficiente para descansar.
Os sintomas que se desenvolvem a altitudes elevadas devem ser considerados muito seriamente, uma vez que alguns problemas da altitude podem evoluir para quadros muito graves. Uma destas consequências perigosas da exposição a altitude elevada é um quadro denominado de edema cerebral da grande altitude, em que o cérebro acumula líquido em excesso, aumenta de volume e deixa de funcionar adequadamente.
Outro quadro grave é o edema pulmonar da grande altitude, que pode ocorrer com ou sem sintomas de alerta que indiquem uma doença da altitude. No edema pulmonar da grande altitude, os pulmões ficam cheios de líquido.
Pode também surgir, como problema grave de doença da altitude, a denominada hemorragia retiniana da grande altitude, que pode provocar lesões oculares. O coma e a morte constituem as consequências mais graves da doença da altitude. 
A doença da altitude tem uma maior probabilidade de ocorrer em pessoas que apresentam uma história prévia desta patologia. É mais provável a sua ocorrência se a pessoa subir rapidamente, se efectuar exercício físico vigoroso durante os primeiros dias de exposição à altitude elevada e se tiver vivido numa zona baixa antes de proceder à subida. A obesidade parece aumentar o risco de doença da altitude e a genética pode igualmente aumentar o risco de algumas pessoas, particularmente no que respeita ao edema pulmonar da grande altitude.

Prevenção
As alterações graduais na altitude irão ajudar o organismo a adaptar-se a um ambiente com níveis baixos de oxigénio e podem reduzir a probabilidade de desenvolvimento de todas as formas de doença da altitude. As pessoas adaptam-se a velocidades diferentes, mas existem quatro orientações gerais para subir acima dos 3.000 m que deverão ser seguidas pelas pessoas que sobem a altitudes elevadas:
·         não aumentar a altitude mais de 300 m por noite 
·         cada vez que aumentar a sua altitude em1.000 m, passar uma segunda noite a esse nível antes de continuar a subir
·         limitar o esforço físico para níveis razoáveis durante os primeiros dias de subida
·         beber bastantes líquidos durante a exposição à altitude elevada.

Se uma pessoa desenvolver sinais precoces de doença da altitude, deve evitar que estes se agravem interrompendo imediatamente a subida ou descendo.

Se uma pessoa tiver experimentado uma doença da altitude no passado e estiver a planear subir novamente até uma altitude elevada, pode discutir com o seu médico a opção de tomar medicamentos preventivos. Os sintomas ligeiros do ajustamento à altitude (particularmente as perturbações do sono devido às alterações dos padrões respiratórios, mas possivelmente também outros sintomas) podem ser limitados através da utilização de acetazolamida ou de um medicamento corticosteróide, a dexametasona. A acetazolamida pode causar micções frequentes e um sabor metálico na boca. Estes medicamentos não previnem as formas graves de doença da altitude.

Se uma pessoa tiver desenvolvido previamente um edema pulmonar da grande altitude, pode ser medicada com um medicamento por via oral, a nifedipina, um medicamento inalado, o salmeterol ou ambos os medicamentos para uma futura subida a uma altitude elevada. Estes medicamentos podem estabilizar o padrão de fluxo de sangue nos pulmões.
Tratamento
A primeira regra para o tratamento dos sintomas ligeiros da doença aguda da montanha consiste em interromper a subida até os sintomas terem desaparecido completamente. Se uma pessoa apresentar sintomas mais graves ou sintomas de edema cerebral da grande altitude, de edema pulmonar da grande altitude ou visão turva, necessita de se deslocar para uma altitude mais baixa o mais rapidamente possível, mesmo a meio da noite. Se permanecer na altitude em que se encontra ou se continuar a subir, os sintomas irão agravar-se e a doença pode ter consequências muito graves.
Para além da descida para uma altitude mais baixa, a doença da altitude ligeira pode ser tratada com repouso e analgésicos. A acetazolamida é um medicamento que pode acelerar a recuperação.
Se uma pessoa tiver sintomas de doença da altitude, deve evitar ingerir álcool, tomar comprimidos para dormir e medicamentos analgésicos opióides. Todas estas substâncias podem tornar a respiração mais lenta, o que é extremamente perigoso em situações com um nível baixo de oxigénio.
Além de se deslocar para uma altitude mais baixa ? ou se a descida tiver de ser adiada ? a pessoa pode tratar o edema cerebral da grande altitude com suplementos de oxigénio e com um medicamento, a dexametasona, que diminui o edema cerebral.

Se houver disponibilidade, esta doença pode igualmente melhorar através da utilização de uma câmara hiperbárica portátil, que simula a descida para uma altitude mais baixa enquanto são desenvolvidas as diligências para o transporte do doente para uma altitude mais baixa. O tratamento adicional do edema pulmonar da grande altitude inclui a administração de oxigénio e de um medicamento chamado nifedipina, bem como a utilização de uma câmara hiperbárica padrão.

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