segunda-feira, 17 de junho de 2013

Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença na qual a inflamação lesa os intestinos (doença inflamatória intestinal). Esta patologia começa tipicamente entre os 15 e os 30 anos de idade.
Ninguém sabe com segurança o que desencadeia a inflamação intestinal inicial da doença de Crohn. Pensa-se que o processo patológico pode começar por uma infecção viral ou bacteriana que activa o sistema imunitário de forma persistente, causando inflamação mesmo depois de a infecção ter sido eliminada.
Determinados genes que passam dos pais para os filhos podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver uma doença de Crohn na presença do factor desencadeante adequado.
Uma vez iniciada, a doença de Crohn pode causar sintomas para toda a vida, evoluindo por períodos de agudização e remissão. A mucosa ou revestimento interno e as camadas mais profundas da parede intestinal ficam inflamados, com irritação, aumento de espessura ou erosão em algumas áreas. Este processo leva ao aparecimento de úlceras, fendas e fissuras, sendo que a inflamação pode ainda conduzir ao surgimento de abcessos (bolsas de pús) ou estenoses (zonas de estreitamento intestinal).
As fístulas, que são uma complicação comum da doença de Crohn, são ligações anormais entre órgãos do aparelho digestivo, geralmente entre duas partes do intestino. As fístulas podem surgir depois de a inflamação se ter tornado muito acentuada e penetrar profundamente, atingindo a parede de órgãos adjacentes.
A região terminal do intestino delgado, denominada íleo, é especialmente propensa a ser lesada pela doença de Crohn. O íleo encontra-se localizado no quadrante inferior direito do abdómen. No entanto, as úlceras e a inflamação podem ocorrer em todas as áreas do aparelho digestivo, desde a boca até ao ânus.
Algumas outras zonas do corpo, tais como os olhos e as articulações, podem igualmente ser afectadas pela doença de Crohn.

Prevenção
Não existe forma de prevenir a doença de Crohn.
No entanto, o doente pode evitar que esta doença cause muitos prejuízos ao seu corpo. Deve ser mantida uma dieta nutritiva e equilibrada para armazenar vitaminas e nutrientes entre os episódios ou exacerbações. Desta forma, podem ser reduzidas as complicações associadas à desnutrição, tais como a perda de peso e a anemia.
O doente deve também deixar de fumar.
Quando no contexto da doença de Crohn a área inflamada é o intestino grosso pode estar aumentado o risco de cancro do cólon, pelo que o doente deve ser regularmente vigiado no sentido de identificar a presença de alterações cancerosas ou pré-cancerosas. Se a doença de Crohn tiver afectado todo o cólon durante oito anos ou mais (ou, nos casos de doença mais localizada, doze a quinze anos ou mais), o doente deve começar a realizar colonoscopias regulares, com intervalos de um a dois anos.

Tratamento
Os medicamentos, dos quais a maior parte actua reduzindo a inflamação intestinal, são muito eficazes para melhorar os sintomas de doença de Crohn.
Um grupo de medicamentos anti-inflamatórios denominados aminossalicilatos é geralmente experimentado em primeiro lugar. Os aminossalicilatos estão quimicamente relacionados com a aspirina e suprimem a inflamação no intestino e nas articulações. Estes medicamentos são administrados sob a forma de comprimidos (via oral) ou de enemas (via rectal).
Determinados antibióticos ajudam a matar as bactérias nas áreas irritadas do cólon, podendo igualmente diminuir a inflamação.
Os medicamentos antidiarreicos, como a loperamida, podem ser úteis se o doente tiver diarreia mas não infecção.
Outros medicamentos anti-inflamatórios mais potentes como os corticóides podem ser úteis, mas podem igualmente deprimir o sistema imunitário, aumentando o risco de infecções. Por este motivo, estes fármacos não são frequentemente utilizados a longo prazo.
Os medicamentos mais recentemente aprovados para o tratamento da doença de Crohn são os inibidores do factor de necrose tumoral (TNF), como o infliximab e o adalimumab. Estes medicamentos bloqueiam o efeito do TNF, uma substância produzida por células do sistema imunitário que causa inflamação. Os inibidores do TNF podem apresentar efeitos secundários potencialmente graves pelo que, de um modo geral, estes fármacos apenas são prescritos para a doença de Crohn moderada a grave que não está a responder a outras terapêuticas.
A cirurgia para remoção de um segmento do intestino constitui outro tratamento possível. De um modo geral, a cirurgia é recomendada apenas no caso de existir:
·         Obstrução do intestino
·         Sintomatologia persistente apesar da terapêutica médica

·         Uma fístula que não cicatriza.

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