segunda-feira, 17 de junho de 2013

Doença de Graves

A doença de Graves é uma doença do sistema imunitário que faz com que a glândula tiroideia se torne hiperactiva. É uma doença auto-imune, o que significa que o sistema imunitário ataca as próprias células do organismo em vez de as proteger dos invasores estranhos. Na doença de Graves, o sistema imunitário produz substâncias químicas, denominadas imunoglobulinas, que estimulam a glândula tiroideia a produzir quantidades excessivas de hormona tiroideia. Este estado de hiperactividade da glândula tiroideia é denominado de hipertiroidismo.
Os médicos não sabem ainda o que causa a doença de Graves, mas o facto de ter tendência a afectar várias pessoas da mesma família indica que esta pode ter uma componente genética (hereditária). É possível que a produção anormal de imunoglobulinas seja desencadeada por um factor desconhecido no meio ambiente e que o sistema imunitário não consiga interromper esta produção excessiva devido a um defeito hereditário.
A doença de Graves afecta mais mulheres do que homens e é mais frequente entre os 20 e os 40 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade.

Prevenção
Não existe forma de prevenir a doença de Graves.
Tratamento
O tratamento incide em dois objectivos: melhorar rapidamente os sinais/sintomas de hipertiroidismo e diminuir a velocidade de produção da hormona tiroideia pela glândula.
Os sintomas de palpitações, de aumento da frequência cardíaca, de tremor e de nervosismo são tratados com um medicamento beta-bloqueante, como o propranolol. Para a ansiedade e para as insónias, o médico pode prescrever diazepam, lorazepam ou um medicamento semelhante.
Para impedir a tiróide de produzir quantidades excessivas de hormona, existem três tratamentos possíveis: os medicamentos anti-tiroideus, o iodo radioactivo e a cirurgia.
A doença de Graves é com frequência tratada com um medicamento anti-tiroideu, o metimazol que bloqueia a formação de hormonas tiroideias. Encontra-se também disponível outro medicamento anti-tiroideu, denominado propiltiouracilo, mas este fármaco deve apenas ser utilizado em doentes que não conseguem tolerar o metimazol ou nas mulheres imediatamente antes e durante o primeiro trimestre de gravidez. A partir do momento em que os níveis de hormona tiroideia alcançaram valores normais, o doente pode decidir, em conjunto com o seu médico, se deve continuar a medicação anti-tiroideia diária ou se irá optar por um tratamento com iodo radioactivo.
O iodo radioactivo é um tratamento administrado por via oral, numa dose suficientemente grande, que impede totalmente a glândula tiroideia de produzir a hormona. Uma vez que as pessoas que recebem uma terapêutica com iodo radioactivo armazenam uma pequena quantidade de radiação na glândula tiroideia, elas deverão evitar um contacto prolongado com grávidas e com crianças durante vários dias após o tratamento. O iodo radioactivo é concentrado no leite materno, pelo que as mulheres devem deixar de amamentar se optarem por esta terapêutica. Depois de realizar este tratamento é necessário que o doente faça diariamente medicação com hormona tiroideia para o resto da vida.
A cirurgia para a doença de Graves raramente é efectuada. No entanto, as pessoas com bócios muito volumosos têm uma menor probabilidade de responderem bem à medicação anti-tiroideia ou ao iodo radioactivo e podem apresentar melhores resultados se a maior parte da glândula tiroideia for removida cirurgicamente (denominada tiroidectomia subtotal).

Os doentes com sinais oculares de doença de Graves podem ser medicados com colírios oftálmicos para manter os olhos húmidos e com óculos escuros para proteger os olhos do sol, do vento e da poeira. Nas pessoas com sintomas oculares graves, podem ser necessários medicamentos corticosteróides, quer administrados isoladamente quer em associação com tratamentos de radioterapia dirigidos aos músculos que controlam os movimentos oculares. As alterações cutâneas da doença de Graves podem ser tratadas com cremes e pomadas de corticosteróides.

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