A doença de Graves é uma doença do
sistema imunitário que faz com que a glândula tiroideia se torne hiperactiva. É
uma doença auto-imune, o que significa que o sistema imunitário ataca as
próprias células do organismo em vez de as proteger dos invasores estranhos. Na
doença de Graves, o sistema imunitário produz substâncias químicas, denominadas
imunoglobulinas, que estimulam a glândula tiroideia a produzir quantidades
excessivas de hormona tiroideia. Este estado de hiperactividade da glândula
tiroideia é denominado de hipertiroidismo.
Os médicos não sabem ainda
o que causa a doença de Graves, mas o facto de ter tendência a afectar várias
pessoas da mesma família indica que esta pode ter uma componente genética
(hereditária). É possível que a produção anormal de imunoglobulinas seja
desencadeada por um factor desconhecido no meio ambiente e que o sistema
imunitário não consiga interromper esta produção excessiva devido a um defeito
hereditário.
A doença de Graves afecta
mais mulheres do que homens e é mais frequente entre os 20 e os 40 anos, embora
possa ocorrer em qualquer idade.
Prevenção
Não existe forma de prevenir a
doença de Graves.
Tratamento
O tratamento incide em dois
objectivos: melhorar rapidamente os sinais/sintomas de hipertiroidismo e
diminuir a velocidade de produção da hormona tiroideia pela glândula.
Os sintomas de palpitações,
de aumento da frequência cardíaca, de tremor e de nervosismo são tratados com
um medicamento beta-bloqueante, como o propranolol. Para a ansiedade e para as
insónias, o médico pode prescrever diazepam, lorazepam ou um medicamento
semelhante.
Para impedir a tiróide de
produzir quantidades excessivas de hormona, existem três tratamentos possíveis:
os medicamentos anti-tiroideus, o iodo radioactivo e a cirurgia.
A doença de Graves é com
frequência tratada com um medicamento anti-tiroideu, o metimazol que bloqueia a
formação de hormonas tiroideias. Encontra-se também disponível outro
medicamento anti-tiroideu, denominado propiltiouracilo, mas este fármaco deve
apenas ser utilizado em doentes que não conseguem tolerar o metimazol ou nas
mulheres imediatamente antes e durante o primeiro trimestre de gravidez. A
partir do momento em que os níveis de hormona tiroideia alcançaram valores
normais, o doente pode decidir, em conjunto com o seu médico, se deve continuar
a medicação anti-tiroideia diária ou se irá optar por um tratamento com iodo
radioactivo.
O iodo radioactivo é um
tratamento administrado por via oral, numa dose suficientemente grande, que
impede totalmente a glândula tiroideia de produzir a hormona. Uma vez que as
pessoas que recebem uma terapêutica com iodo radioactivo armazenam uma pequena
quantidade de radiação na glândula tiroideia, elas deverão evitar um contacto
prolongado com grávidas e com crianças durante vários dias após o tratamento. O
iodo radioactivo é concentrado no leite materno, pelo que as mulheres devem
deixar de amamentar se optarem por esta terapêutica. Depois de realizar este
tratamento é necessário que o doente faça diariamente medicação com hormona
tiroideia para o resto da vida.
A cirurgia para a doença de
Graves raramente é efectuada. No entanto, as pessoas com bócios muito volumosos
têm uma menor probabilidade de responderem bem à medicação anti-tiroideia ou ao
iodo radioactivo e podem apresentar melhores resultados se a maior parte da
glândula tiroideia for removida cirurgicamente (denominada tiroidectomia
subtotal).
Os doentes com sinais
oculares de doença de Graves podem ser medicados com colírios oftálmicos para
manter os olhos húmidos e com óculos escuros para proteger os olhos do sol, do
vento e da poeira. Nas pessoas com sintomas oculares graves, podem ser
necessários medicamentos corticosteróides, quer administrados isoladamente quer
em associação com tratamentos de radioterapia dirigidos aos músculos que
controlam os movimentos oculares. As alterações cutâneas da doença de Graves
podem ser tratadas com cremes e pomadas de corticosteróides.
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