A doença de Parkinson é uma
doença do sistema nervoso central que provoca distúrbios dos movimentos do
corpo, incluindo:
·
tremores
·
rigidez muscular (aumento da contracção dos músculos)
·
movimentos corporais lentos
·
postura instável
·
dificuldade na marcha
A doença de Parkinson
desenvolve-se quando determinadas células nervosas (neurónios) cerebrais
morrem. Estes neurónios produzem uma substância química denominada dopamina que
ajuda a transmitir as mensagens entre áreas do cérebro que controlam os
movimentos corporais. Quando estes neurónios morrem, são produzidos níveis
anormalmente baixos de dopamina, o que dificulta o controlo da tensão muscular
e dos movimentos.
A doença de Parkinson pode
manifestar-se a partir dos 40 anos, sendo mais frequente depois dos 60 anos. Um
pequeno número de doentes apresenta uma doença de Parkinson de início precoce,
que se caracteriza por aparecimento dos sintomas antes dos 40 anos de idade.
Esta doença pode afectar mais de 12.000 doentes em Portugal e é mais frequente
no sexo masculino.
Ter um familiar directo a
quem foi diagnosticada a doença de Parkinson numa idade precoce aumenta o risco
de vir a sofrer desta doença. O risco é menor se o familiar afectado for mais
idoso aquando do diagnóstico.
Prevenção
Ainda há muito por descobrir sobre a causa da doença de Parkinson e não
existe uma forma conhecida para prevenir esta doença.
Tratamento
Não existe cura para a doença de Parkinson mas as suas manifestações
clínicas podem ser tratadas com diversos tipos de medicamentos.
Quando as manifestações não são muito perturbadoras, pode não ser
necessária medicação. O tratamento precoce pode aumentar a probabilidade de
surgirem efeitos secundários e outras complicações tardias da medicação mas por
outro lado, sabe-se que alguns doentes tratados precocemente têm melhor
desempenho mais tarde.
O tratamento geralmente é iniciado quando:
·
as manifestações interferem com a actividade
profissional, a realização das tarefas domésticas e outras actividades
·
a dificuldade na marcha e a perda de equilíbrio são
significativas.
Medicamentos
Os medicamentos utilizados para tratar a doença de Parkinson:
·
aumentam os níveis de dopamina no cérebro
ou
·
imitam os efeitos da dopamina.
O medicamento mais eficaz para a doença de Parkinson é a levodopa, que é convertida em dopamina no cérebro. De um modo geral, a levodopa é prescrita em combinação com outro medicamento que aumenta a quantidade de levedopa que alcança o cérebro e diminui os efeitos secundários da levodopa: carbidopa ou benzerazida. Existem combinações de levodopa+carbidopa e levodopa+benserazida num único comprimido.
Praticamente todos os indivíduos com doença de Parkinson melhoram depois
de começarem a tomar levodopa. No entanto, a utilização a longo prazo pode
acabar por ter efeitos secundários e complicações, nomeadamente perder a
eficácia e provocar movimentos involuntários que podem ser incapacitantes e
dolorosos (discinésias). Frequentemente, os médicos precisam de ajustar a
frequência e a dose de levodopa para que o doente possa continuar a tomar este
medicamento.
Podem ser utilizados diversos medicamentos de forma isolada ou em
combinação com a levodopa para tratar as manifestações da doença.
Para as manifestações ligeiras da doença de Parkinson, a amantadina pode
ser útil ao bloquear receptores do glutamato, que é um neurotransmissor que
pode contribuir para a disfunção motora que ocorre nesta doença.
Os medicamentos anticolinérgicos (tri-hexifenidilo e o biperideno)
também ajudam a aliviar as manifestações ligeiras da doença de Parkinson em
fase inicial. Os medicamentos anticolinérgicos são particularmente eficazes
contra o tremor mas podem causar efeitos secundários, incluindo confusão mental
e alucinações, especialmente nos doentes idosos.
Outra opção de tratamento para a doença de Parkinson em fase inicial é
um inibidor da monoaminoxidase B (MAO-B), como a selegilina ou a rasagilina. Os
inibidores da MAO-B potenciam a eficácia da dopamina que ainda é produzida pelo
cérebro e podem adiar a necessidade de administrar medicamentos mais potentes.
Por fim, as pessoas medicadas com um inibidor da MAO-B irão acabar por
necessitar de um medicamento contendo levodopa.
Os medicamentos denominados inibidores da catecol-O-metiltransferase
(COMT) podem ser utilizados em combinação com a levodopa. Os inibidores da
COMT, como a entacapona, prolongam a acção da dopamina no cérebro e aumentam
igualmente a eficácia da levodopa. Quando é associado um inibidor da COMT, o
médico geralmente reduz a dose de levodopa.
Os agonistas da dopamina estimulam os receptores da dopamina, aumentando
a sua capacidade de captarem este neurotransmissor. Alguns dos agonistas da
dopamina comummente prescritos são a bromocriptina, o ropinirol, o piribedil, o
pramipexol e a di-hidroergocriptina ? podendo ser utilizados isoladamente para
adiar a necessidade de administrar levodopa ou podem ser administrados
concomitantemente com a levodopa para aumentar a sua eficácia e reduzir a sua
dose. Os doentes idosos são particularmente sensíveis a estes medicamentos, que
podem causar confusão mental, alucinações e fraqueza devido a uma diminuição da
pressão arterial.
A depressão constitui um problema comum na doença de Parkinson, podendo
muitos doentes beneficiar de um tratamento com medicamentos antidepressivos.
O exercício físico regular e uma dieta equilibrada podem ajudar a
melhorar a sensação global de bem-estar e de controlo corporal do doente.
Cirurgia
Cirurgia
A cirurgia é considerada quando os doentes deixam de responder bem aos
medicamentos. As opções cirúrgicas incluem:
·
estimulação cerebral profunda, sendo colocados
eléctrodos (uma espécie de pacemaker) nos núcleos basais do cérebro (onde se
encontra a origem da Doença de Parkinson). É possível activar o sistema de
acordo com as manifestações do doente. Se a cirurgia não funcionar e se não
melhorar as queixas, é possível retirar os eléctrodos.
·
destruição precisa de determinada área dos núcleos
basais do cérebro: o núcleo pálido (palidotomia) ou o tálamo (talamotomia).
Permite geralmente diminuir a disfunção motora.
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