O Mal de Alzheimer, Doença de Alzheimer (DA) ou simplesmente Alzheimer, é uma doença degenerativa atualmente
incurável mas que possui tratamento. O tratamento permite melhorar a saúde,
retardar o declínio cognitivo, tratar os sintomas, controlar as alterações de
comportamento e proporcionar conforto e qualidade de vida ao idoso e sua
família. Foi descrita, pela primeira vez, em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer,
de quem herdou o nome. É a principal causa de demência em
pessoas com mais de 60 anos no Brasil e em Portugal, sendo cerca de duas vezes
mais comum que a demência vascular, sendo que em 15% dos casos
ocorrem simultaneamente.1Atinge
1% dos idosos entre 65 e 70 anos mas sua prevalência aumenta exponencialmente
com os anos sendo de 6% aos 70, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90
anos.
Prevenção
Todos
os estudos de medidas para prevenir ou atrasar os efeitos do Alzheimer são
frequentemente infrutíferos. Hoje em dia, não parecem existir provas para
acreditar que qualquer medida de prevenção é definitivamente bem sucedida
contra o Alzheimer. No entanto, estudos indicam relações entre factores
alteráveis como dietas, risco cardiovascular, uso de produtos farmacêuticos ou
atividades intelectuais e a probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer da
população. Mas só mais pesquisa, incluídos testes clínicos, revelarão se, de
facto, esses factores podem ajudar a prevenir o Alzheimer.
A
inclusão de fruta e vegetais, pão, trigo e outros cereais, azeite, peixe, e
vinho tinto, podem reduzir o risco de Alzheimer. Algumas vitaminas como a B12, B3, C ou a B9 foram relacionadas em
estudos ao menor risco de Alzheimer, embora outros estudos indiquem que essas
não têm nenhum efeito significativo no início ou desenvolvimento da doença e
podem ter efeitos secundários. Algumas especiarias como a curcumina e o açafrão mostraram sucesso na
prevenção da degeneração cerebral em ratos de laboratório.
O
risco cardiovascular, derivado de colesterol alto, hipertensão, diabetes e o tabaco,
está associado com maior risco de desenvolvimento da doença, e as estatinas (fármacos para fazer
descer o colesterol) não tiveram sucesso em prevenir ou melhorar as condições
do paciente durante o desenvolvimento da doença. No entanto, o uso a longo
prazo de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) está também associado à
menor probabilidade de desenvolvimento de Alzheimer em alguns indivíduos. Já
não se acredita que outros tratamentos farmacêuticos, como substituição de hormonas
femininas, previnam a doença. Em 2007, estudo aprofundado concluiu que havia
provas inconsistentes e pouco convincentes de que o ginkgo tenha algum efeito
positivo em reduzir a probabilidade de ocorrência do Mal de Alzheimer.
Atividades
intelectuais como ler, escrever com a mão esquerda, disputar jogos de tabuleiro
(xadrez, damas,
etc.), completar palavras cruzadas,
tocar instrumentos musicais, ou socialização regular também
podem atrasar o início ou a gravidade do Alzheimer. Outros estudos mostraram
que muita exposição a campos magnéticos e trabalho com metais, especialmente
alumínio, aumenta o risco de Alzheimer. A credibilidade de alguns desses estudos
tem sido posta em causa até porque outros estudos não encontraram a mínima
relação entre as questões ambientais e o desenvolvimento de Alzheimer.
Atitudes
simples do dia a dia podem reduzir as chances de desenvolver a doença. Uma
delas é reduzir ao máximo o contato de alimentos com o alumínio. Ele está
presente em panelas que armazenam as sobras do almoço para o jantar, ou
vice-versa. Ao ficarem na geladeira, por exemplo, aos poucos a panela solta
pequenas partículas de alúminio que contaminam o alimento, dê preferência por
armazenar as sobras em recipientes de plástico, e volte para a panela somente
quando for aquecer. Evite também o uso excessivo de papel-alumínio para embrulhar os
alimentos, sobretudo em lanche para as crianças. Dê preferência por potes de
plástico, que além de conservar melhor o alimento sem amassá-lo, evita o gasto
com o papel e ajuda a natureza na hora de reciclar, reduzindo o lixo produzido.
Muitas
vezes não é possível discernir todas as fases da doença. Pois um paciente que
ainda está na primeira fase já pode apresentar dificuldades de locomoção por
exemplo, e outro paciente que já se encontra em fase terminal ainda fala com
fluencia (embora sejam frases sem sentido nenhum e até mesmo xingamentos).
Em 2009,
cientistas do Reino Unido e França anunciaram a descoberta
de três genes [clusterina (ou CLU),
PICALM e CR1] que poderiam reduzir em até 20% seus índices de incidência na
população.
Tratamento
O tratamento visa minimizar os sintomas,
proteger o sistema nervoso e retardar o máximo possível a evolução da doença.
Os inibidores da acetilcolinesterase, atuam inibindo a enzima responsável pela
degradação da acetilcolina que é produzida e liberada por algumas áreas do
cérebro (como os do núcleo basal de Meynert). A deficiência de acetilcolina é considerada um dos principais fatores da
doença de Alzheimer, mas não é o único evento bioquímico/fisiopatológico que
ocorre. Mais recentemente, um grupo de medicações conhecido por inibidores dos
receptores do tipo NMDA (N-Metil-D-Aspartato)
do glutamato entrou no
mercado brasileiro, já existindo no europeu há
mais de uma década. Um desses medicamentos, a memantina(HEIMER 10 Mg - Eurofarma), atua inibindo a ligação
do glutamato,neurotransmissor excitatório do sistema nervoso central a
seus receptores. O glutamato é responsável por reações de excitotoxicidadecom liberação de radicais livres e lesão tecidual e neuronal. Há uma máxima
na medicina que diz que uma doença pode ser intratável, mas o paciente não.
Os medicamentos inibidores da acetil-colesterase
são:
·
Tacrina
·
Donepesila
·
Rivastimina
·
Galantamina
·
Rivastigmina
·
Metrifonato
Efeitos colaterais comuns desses medicamentos:
·
Hepatotoxicidade (30% na Tacrina)
·
Diarréia
·
Náusea
·
Vômitos
·
Tontura
·
Fadiga
·
Insônia
·
Falta de apetite
·
Mialgia
Vários desses efeitos colaterais tendem a
desaparecer nas primeiras semanas. Eles são mais eficazes no início do
tratamento pois conforme o núcleo basal de Meynert vai degenerando restam cada vez menos receptores
da acetilcolina. A quantidade de Apolipoproteína E e estrógeno são importantes preditores do sucesso
terapêutico.
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