A osteoartrite ou artrose (artrite
degenerativa, doença degenerativa das articulações) é uma doença crônica
das articulações e eventualmente dos
elementos periarticulares caracterizada pela degeneração da cartilagem e do osso subcondral, que pode
causar dor articular e rigidez e redução da funcionalidade articular.
A
artrose, a perturbação articular mais frequente, afeta em algum grau muitas
pessoas por volta dos 70 anos de idade, tanto homens como mulheres. Contudo, a
doença tende a desenvolver-se nos homens numa idade mais precoce. A artrose
também pode aparecer em quase todos os vertebrados, inclusive peixes, anfíbios e aves.
Os animais aquáticos como os golfinhos e as baleias podem sofrer de
artrose, contudo, esta não afeta nenhum dos tipos de animais que permanecem
pendurados com a cabeça para baixo, os morcegos e aspreguiças.
A doença está tão amplamente difundida no reino animal que alguns médicos
pensam que pode ter evoluído a partir de um antigo método de reparação da
cartilagem.
Persistem
ainda muitos mitos sobre a artrose, por exemplo que é um traço inevitável de
envelhecimento, como os cabelos grisalhos e as alterações na pele; que conduz a
incapacidades mínimas e que o seu tratamento não é eficaz. Embora a artrose
seja mais frequente em pessoas de idade, a sua causa não é a simples
deterioração que implica o envelhecimento. A maioria das pessoas afetadas por
esta doença, especialmente os mais jovens, apresentam poucos ou nenhum sintoma;
contudo, algumas pessoas adultas desenvolvem incapacidades significativas.
Causas
As articulações têm um nível tão
pequeno de fricção que não se desgastam, caso se forem excessivamente utilizadas
ou danificadas. É provável que a artrose se inicie com uma anomalia das células
que sintetizam os componentes da cartilagem, como o colágeno (uma proteína
resistente e fibrosa do tecido conjuntivo) e os proteoglicanos (substâncias que dão
elasticidade à cartilagem). A cartilagem pode crescer demasiado, mas finalmente
torna-se mais fina e surgem gretas na sua superfície. Formam-se cavidades
diminutas que enfraquecem a medula do osso, debaixo da cartilagem. Pode haver um
crescimento excessivo do osso nas bordas da articulação, formando tumefações
osteófitos que podem ver-se e sentir-se ao tato. Estas tumefações podem
interferir no funcionamento normal da articulação e causar dor.
Por
fim, a superfície lisa e regular da cartilagem torna-se irregular, impedindo
que a articulação possa se mover com facilidade. Produz-se uma alteração da
articulação pela deterioração de todos os seus componentes, quer dizer, o osso,
a cápsula articular (tecidos que envolvem algumas articulações), a membrana
sinovial (tecido que reveste a articulação), os tendões e a cartilagem.
Existem
duas classificações da artrose; primária (idiopática), quando a causa é
desconhecida, e secundária, quando a causa é outra doença, como a de Paget, uma
infecção, uma deformidade, uma ferida ou o uso excessivo da articulação. São
especialmente vulneráveis os indivíduos que forçam as suas articulações de
forma reiterada, como os operários de uma fundição ou de uma mina de carvão e
os condutores de veículos pesados. Contudo, os corredores profissionais de
maratona não têm um maior risco de desenvolvimento desta perturbação. Embora
não exista uma evidência conclusiva a esse respeito, é possível que a obesidade
(peso excessivo) seja um fator importante no desenvolvimento da artrose.
Sintomas
Ao
chegar aos 40 anos de idade, muitas pessoas manifestam sinais de artrose nas radiografias,
especialmente nas articulações que sustentam o peso (como o quadril), mas
relativamente poucas apresentam sintomas.
Em
geral, os sintomas desenvolvem-se gradualmente e afetam inicialmente uma ou
várias articulações (as dos dedos, a base dos polegares, o pescoço, a zona
lombar, o dedo grande do pé (hálux), o quadril e os joelhos).
A dor é o primeiro sintoma, que aumenta em geral com a prática de exercício. Em
alguns casos, a articulação pode estar rígida depois de dormir ou de qualquer
outra forma de inatividade; contudo, a rigidez costuma desaparecer 30 minutos
depois de se iniciar o movimento da articulação.
A
articulação pode perder a mobilidade e inclusive ficar completamente rígida
numa posição incorreta à medida que piora a lesão provocada pela artrose. O
novo crescimento da cartilagem, do osso e outros tecidos pode aumentar o tamanho
das articulações. A cartilagem áspera faz com que as articulações ranjam ou
crepitem ao mover-se. As protuberâncias ósseas desenvolvem-se com frequência
nas articulações das pontas dos dedos (nódulos de Heberden).
Em
algumas articulações (como o joelho) os ligamentos que rodeiam e sustentam a
articulação distendem-se de tal maneira que esta se torna instável. Tocar ou
mover a articulação pode ser muito doloroso.
Em
contraste, o quadril se torna rígido, perde o seu raio de ação e provoca dor ao
mover-se. A artrose afeta com frequência a coluna
vertebral. A dor de costas é o sintoma mais frequente. As
articulações lesadas da coluna costumam causar apenas dores leves e rigidez.
Contudo,
se o crescimento ósseo comprime os nervos, a artrose do pescoço ou da zona
lombar pode causar entorpecimento, sensações estranhas, dor e fraqueza num
braço ou numa perna. Em raras ocasiões, a compressão dos vasos sanguíneos que
chegam à parte posterior do cérebro. Origina-se então problemas de visão,
sensação de enjôo (vertigem), náuseas e vômitos. Por vezes o crescimento do
osso comprime o esôfago,
dificultando a deglutição.
A
artrose segue um desenvolvimento lento na maioria dos casos depois do
aparecimento dos sintomas. Muitas pessoas apresentam alguma forma de
incapacidade, mas, em certas ocasiões, a degeneração articular detém-se.
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